Projeto de salas de leitura fortalece educação nos centros socioeducativos 

11 de julho de 2019 - 17:25

Duas unidades socioeducativas já foram contempladas com um acervo de obras literárias

 

Conquistar jovens que possuem histórico de evasão escolar não é uma tarefa fácil, para quem lida com a educação. Atualmente os centros socioeducativos de Fortaleza, administrados pela Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), além de realizarem, em suas atividades cotidianas, escolarização formal por meio de parcerias com a Secretaria da Educação (SEDUC) e Secretaria Municipal da Educação (SME), também contam com um novo projeto que iniciou em novembro do ano passado, de levar leitura aos jovens em cumprimento de medida, por meio de bibliotecas. 

 

Com um acervo diversificado, de mais de 3 mil exemplares, constituído por livros e filmes, a perspectiva é de colaborar “para uma educação emancipatória e  consolidar-se como local de convivência cidadã e autonomia responsável. Pois os livros são fonte de imaginação, criação e aprendizado, agindo sobre a dimensão sensível dos adolescentes e auxiliando-os no cumprimento da medida socioeducativa.”, como reforça a Assessora do Eixo de Arte e Cultura da Seas, Juliana Marinho.

As salas de leituras começaram com um experimento no Centro Socioeducativo Canindezinho. Com cerca de 300 exemplares de obras com gêneros juvenis,  os livros tecem uma linha tênue entre o imaginário e o real. Recentemente, os jovens tiveram a oportunidade de conhecer a história e importância de Nelson Mandela, e de quem foi Frida Kahlo, como parte de uma atividade artística de pintura. Integrando o fazer artístico com a reflexão sobre temas de interesse social.                                                                                                                                                               

 

De acordo com o Assessor de Arte e Cultura, Eduardo Africano, todos os meses são trabalhados diferentes personalidades importantes, que representam aspectos sociais de relevância. Ao final de cada novo conhecimento adquirido eles apresentam o que foi ensinado para seus familiares durante o Abraços em Família, projeto que visa estreitar os laços familiares dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa.

 

Para E., de 16 anos, ir a biblioteca é um momento muito importante. Hoje ele afirma ler livros bíblicos. “Eu acho que esse espaço é como se fosse um recomeço. Eu gosto de vim para cá, as vezes tem filme e livros, e onde tem essas duas coisas é onde tem conhecimento. E quanto mais a pessoa aprender, mais ela expande a mente aqui dentro.”

 

Numa perspectiva de transversalidade, o acervo é dinamizado pelos professores das redes municipal e estadual de ensino, bem como pelos profissionais de arte, cultura, socioeducadores e equipes que, em conjunto com os socioeducandos fazem do espaço um local de aprendizado e criação.

 

Atualmente, a Seas conta com duas Bibliotecas em funcionamento, nos Centros Mártir Francisca e Canindezinho. As demais unidades contam com um acervo disponibilizado a partir do interesse dos jovens e comunidade socioeducativa.