Capoeira muda rotina de jovens do Centro Socioeducativo São Francisco

26 de novembro de 2021 - 16:27

O Centro Socioeducativo São Francisco, no Passaré, viveu a tarde de quinta-feira, 25, um grande momento com a realização da Copa de Capoeira, que contou com a participação de 22 adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas da unidade. O evento fechou com chave de ouro as homenagens da Superintendência do Sistema Estadual Socioeducativo (Seas) ao Dia da Consciência Negra, em parceria com Coordenadoria Especial de Politicas Públicas de Juventude da Prefeitura de Fortaleza, Rede Cuca, Secult-Ce e o Centro Cultural Bom Jardim(CCBJ).

“A capoeira no Ceará é forte, ganha espaço e tem a simpatia do povo”, registra o Mestre Zebrinha, um dos renomados desta representação cultural no estado do Ceará. Também estiveram coroando essa participação os mestres Gafanhoto, Graúna e Elias; o contramestre Chico Fumaça que recebeu uma homenagem, bem como os professores Pelado (angolano), o professor holandês e o monitor Max.

Para o mestre Pelado, a capoeira mistura esporte, luta, dança, cultura popular, música e brincadeira: “São movimentos ágeis e complexos, onde utilizamos os pés, as mãos e elementos de acrobacia. A música dá uma vida aos movimentos”, explica o professor Pelado.

Entenda a capoeira

Um dos significados da palavra capoeira refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. A luta de defesa pessoal, que é reconhecida também como dança, foi desenvolvida por escravos africanos trazidos ao Brasil, já que o território brasileiro foi o maior receptor da migração de escravos, com 42% de todos os escravos enviados através do Atlântico durante o século XVI, quando Portugal enviou escravos para a América do Sul, que vieram da África Ocidental.

A capoeira é disputada por duas pessoas que se defrontam no meio de uma roda formada por outros capoeiristas, ao som de palmas e berimbaus. O objetivo do jogo é derrubar o adversário. O berimbau, principal instrumento que proporciona o som característico, é construído por um pedaço de pau, um pedaço de arame e uma cabaça. A base do jogo é a ginga, pois essa é uma importante forma de ataque e defesa do capoeirista. Na roda de capoeira o praticante manifesta seu conhecimento e desenvolvimento sobre a atividade.

A capoeira desenvolveu-se principalmente na Bahia e difundiu-se por vários estados, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Pará. A prática da capoeira trabalha a coordenação motora, aprimora a flexibilidade, equilíbrio e destreza, alivia as tensões do dia a dia, proporciona criatividade e liberdade de movimentos.

Jovens no pódio

Durante pouco mais de uma hora, os adolescentes do Centro São Francisco foram os protagonistas da festa. Para estarem ali numa disputa sadia, eles receberam as orientações dos professores. Houve premiação para primeiro, segundo e terceiro lugares (individual) e para as melhores duplas no solo. E até pareciam verdeiros profissionais, com gingas, acrobacias e saltos. A felicidade morava em cada semblante, como se dissessem: “Estamos vencendo e buscando novos horizontes”.

Os superintendentes da Seas, Roberto Bassan e Alberto Banhos, bem como toda a Assessoria do Eixo de Arte e Cultura, e o diretor do São Francisco, Eduardo Ferreira, além de outras autoridades, prestigiaram a realização da Copa. Em sua fala, o superintendente Roberto Bassan passou toda a energia de um ex-capoeirista: “Na adolescência, na idade de vocês, eu pratiquei a capoeira. Essa representação cultural me deu identidade e caráter. Espero que a pratiquem quando estiverem fora da unidade. E arrematou: “Ano que vem, pretendemos realizar uma olimpíada, reunindo todas as unidades socioeducativas”. A presidente do Instituto Cuca, Kílvia Cristina completou: “Essa parceria entre o Instituto Cuca e o Estado será cada vez mais forte”.