Jovens do sistema socioeducativo se encontram com a arte urbana

26 de outubro de 2022 - 16:41

Adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa do Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, em Fortaleza, participaram de uma ampla formação em arte urbana. A atividade aconteceu esta semana do no ateliê do artista visual Narcélio Grud, ex-egresso do sistema socioeducativo e com a colaboração do artista mexicano Libre Gutierrez.

A formação faz parte do Projeto Trilharte, executado pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), em parceria com a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas).

O Trilharte compõe o Programa de Oportunidades e Cidadania (POC), da Seas. O POC propõe estratégias para atendimento, acompanhamento e encaminhamento de adolescentes e jovens durante e após cumprimento de medidas socioeducativas.

Futuro dos jovens

O artista visual Narcélio Grud confessa que faz esse trabalho com os adolescentes em meio a muita emoção: “Ensinar o que você aprendeu, não tem preço. De certa forma, estou contribuindo para o futuro dessa garotada. O POC é esse grande projeto de várias parcerias no caminho da ressocialização”, atesta Narcélio.

Os adolescentes participaram de uma aula prática e entenderam como funciona a parte estrutural: como se aplica a solda e o trabalho com vários tipos de materiais. De acordo com o educador social Bombril Rapper, o Centro de Semiliberdade Mártir Francisca trouxe os meninos a esse espaço, para que eles vivenciassem a arte, participando dessa formação: “É importante que os jovens saibam que eles podem produzir, vencer profissionalmente no futuro”.

O diretor do Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, Eliano Gomes de Oliveira, aposta nas ações do Programa de Oportunidades e Cidadania como uma ferramenta de transformação e impacto na vida dos adolescentes. Sobre a formação em arte urbana, Eliano informa que a oficina atual propõe uma releitura da escultura “Coração de Madeira” produzida em 2017: “Ocorreu uma ação de pré-produção e produção da obra, parte com a presença dos adolescentes, parte com finalização pelos artistas. Esse momento é muito positivo para o sistema socioeducativo”, assegura.

Metas do trilharte

*Realizar, no mínimo, 60 visitas guiadas ou acesso de adolescentes, familiares e equipes dos centros socioeducativos a atividades de Equipamentos e/ou Coletivos, Artísticos, Culturais e Esportivos. (42 visitas realizadas, Público: 376 pessoas)

* Propiciar 64 apresentações de arte, cultura e esporte nos centros socioeducativos; 37 apresentações (Público: 472 pessoas)

*Realizar três Cursos de Iniciação Profissional em Arte e Cultura com carga horária de 80 h cada e dois cursos com carga horária de 40 h cada, nos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará, atendendo a 42 adolescentes ou jovens em privação de liberdade;.

*Dois cursos de 80 h realizados (Design Gráfico e Confeitaria Básica)

*Dois cursos de 40 h realizados (Artes Urbanas e Panificação) – Público: 36 jovens.

*Realizar atividades esportivas, preferencialmente em parceria com associações, clubes e federações esportivas, em modalidades coletivas e individuais, atendendo a 60 adolescentes ou jovens em privação de liberdade.

*Cinco oficinas realizadas nas áreas de futsal, basquete e vôlei (Público: 60 jovens)

*Realizar uma Formação Inicial e Continuada de 300 h/a na área de audiovisual, atendendo a 16 adolescentes ou jovens inseridos no POC. (Em andamento. Público: 16 jovens)

*Produzir oito Programas Audiovisuais de 10 minutos para veiculação nos Centros Socioeducativos e espaços educacionais (a iniciar)

*Produzir duas intervenções em arte urbana por meio da realização de uma oficina com a participação de 12 adolescentes e jovens inseridos no POC. Oficinas de arte urbana em andamento. Público: 12 jovens