Seminário debate sobre saúde do adolescente em cumprimento de medidas

2 de dezembro de 2022 - 12:17

Avanços e desafios na implantação da Política de Saúde na Socioeducação do estado do Ceará. Esse foi o tema discutido no I Seminário Estadual da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes Privados de Liberdade (PNAISARI), nesta quinta-feira, 1, no auditório Murilo Aguiar, na Assembleia Legislativa.

Realização do Eixo de Saúde da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), com apoio da Secretaria da Saúde do estado do Ceará (Sesa). Ana Luisa Lemos Serra representou, no evento, a PNAISARI do Ministério da Saúde.

O superintendente da Seas, Roberto Bassan Peixoto, anfitrião do Seminário, comandou os trabalhos de abertura no período da manhã. Após cumprimentar os representantes da mesa e o publico formado por socioeducadores e profissionais da saúde, Bassan afirmou que o seminário vem dar esse caráter de intersetorialidade e sistêmico ao socioeducativo:

Esse evento é um pouco simbólico de como o socioeducativo tem que ser visto como um sistema. Temos interface com educação, segurança pública, política de trabalho, cultura, esporte e lazer e fundamentalmente com a política de saúde. E eu não posso deixar de fazer uma menção à governadora Izolda Cela, que é a responsável pela criação da superintendência”, reconheceu Bassan.

O deputado estadual Renato Roseno, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, disse que acompanhou momentos de crise, antes da criação da Seas, em 2015, mas hoje enxerga o sistema de outra maneira:

Eu queria aqui transmitir a todos os socioeducadores e técnicos, o meu reconhecimento e agradecimento por tudo o que têm feito pela socioeducação do estado. E lembrar de colegas como Cássio Franco, Roberto Bassan, Francisca Silva que foram fundamentais na criação de uma superintendência com autonomia”, pontuou o deputado. E arrematou: “lugar de adolescente é na felicidade, dignidade, com muita paz, autonomia e proteção”.

Olhar diferenciado

A representante do ministério da saúde, Ana Luisa Lemos Serra, fez questão de frisar que o adolescente precisa de um olhar diferenciado e uma conversa respeitosa: “Muitas vezes, por meio da saúde e do socioeducativo esses jovens são vistos e que eles possam fazer diferente. A palavra é acolhimento”, colocou Ana Luisa.

O evento contou também com a participação de Mônica Gondim, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente; Andrea Pereira Rebouças, representando a Defensoria Pública Geral; Rômulo Nogueira, representando o secretário da saúde, Carlos Hílton Albuquerque; José Araújo Júnior, presidente do Conselho Estadual de Saúde do Ceará (Cesau) e Lucas Azevedo, representando o Ministério Público do Estado.

Saúde mental

Ainda no período da manhã foi formada a mesa para abordar o tema “Desmanicomialização e Socioeducação: um olhar crítico sobre o fluxo com a Rede de Atenção Psicossocial -RAPS”, com mediação do coordenador do eixo de saúde da Seas, Marden Filho. Estiveram no debate Sarah Limaverde e Renata Pinheiro, representando a Coordenadoria de Políticas de Saúde Mental (Copom/Sesa); Dr. Arildo Lima (Saúde Mental, SMS, Fortaleza), e o doutor Aristides Parente Ponte Filho, coordenador da Rede de Atenção Integral à Saúde Mental de Sobral (RAISM).

No período da tarde, houve a formação de três grupos de trabalho. O primeiro sobre a prática da psicologia social no sistema socioeducativo – fluxos intersetoriais (psicólogos (as) e assistentes sociais dos centros socioeducativos e PNAISARI); o segundo grupo debateu a prática da enfermagem e da medicina no sistema socioeducativo – fluxos intersetoriais (enfermeiros (as), e médicos (as) dos centros socioeducativos e do SUS). Terceiro grupo: Troca de experiência na gestão do cuidado na Rede Sus (centros socioeducativos, Uaps e Caps). Ao final, leitura e validação das propostas encaminhadas pelos GTs.