Capoeira trabalha a inteligência emocional de adolescentes nos centros socioeducativos

10 de julho de 2023 - 12:12

Texto e Fotos: Cecília Marques

Musicalidade, expressão corporal, disciplina e conscientização sobre a vida e a cultura de paz são alguns dos princípios trabalhados com jovens que estão aprendendo capoeira nos Centros Socioeducativos CS Dom Bosco, São Francisco, Canindezinho, Cardeal Aloísio Lorscheider e Passaré. Os adolescentes receberam certificados de participação das aulas da modalidade. O evento contou com os professores de cada centro, bem como socioeducadores e jovens praticantes da representação cultural.

Na opinião de professores e agentes, o resultado é nítido e se reflete na melhora geral de comportamento dos adolescentes participantes. “Vejo que com a capoeira, os jovens aprendem mais a ter disciplina e a respeitar o colega. Essa modalidade reflete a realidade deles em querer se expressar pelo corpo, pela fala e pelos gestos, relata o professor de capoeira do São Francisco, Elias Menezes.

Para um adolescente do Patativa do Assaré, aluno da capoeira, “está sendo muito bom aprender a capoeira, porque penso que através dela posso viajar, conhecer outros países. Com ela me expresso melhor e posso colocar para fora alguns sentimentos”, declara o jovem.

Já a mãe desse mesmo jovem, a capoeira tem sido fundamental para a evolução do filho.“Para mim a capoeira contribui para o desenvolvimento dele e permite também o conhecimento de novos caminhos. Ele vê a capoeira como um meio de alcançar um novo futuro”.

Dança em harmonia

A dança como recurso para trabalhar cidadania, empoderamento e respeito mútuo. Essa é a ideia das aulas ofertadas para os jovens em cumprimento de medida socioeducativa, de acordo com o professor Luiz Fernando (Grafitt). “No processo de ensino da dança, muitos aspectos relevantes vão sendo trabalhados com os grupos, como inteligência emocional, socialização e inclusão. Além de ser uma atividade motora, serve também como eixo central na estruturação cognitiva do indivíduo”, detalhou.

O projeto

O projeto começou com a iniciativa do colaborador da Seas, Eduardo Africano, que fez um convite para o professor Luiz Fernando, mais conhecido como Grafitt, ministrar uma oficina nos centros socioeducativos. Após essa apresentação, o educador foi convidado a ministrar a modalidade na superintendência.

Ao longo dos anos, mais professores foram incorporados ao time para que os demais centros socioeducativos fossem contemplados como a modalidade.