Relatórios de Monitoramento validam o reordenamento do sistema socioeducativo do Ceará com registro de evolução dos indicadores

12 de dezembro de 2023 - 13:54

Com a apresentação e devolutiva do V Monitoramento do Meio Fechado, a Seas registra mais avanços no reordenamento do sistema socioeducativo e no atendimento dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. A atividade é realizada pelo Fórum Permanente das ONGs de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Fórum DCA Ceará), com apoio do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca Ceará).

A Superintendência avançou em aspectos estruturais e de ocupação das unidades, na escolarização, no direito à atenção integral em saúde, na qualificação profissional para o mercado de trabalho, nas oportunidades de convivência familiar e comunitária e na inserção de mais jovens em atividades de arte, cultura, esporte e lazer. Outros progressos bastante significativos estão relacionados à formação inicial e continuada para profissionais que atendem os adolescentes nos centros.

Visando o acompanhamento pós-medida, a SEAS instituiu o Programa de Oportunidades e Cidadania, responsável por acompanhamento e atendimento direto e específico a adolescentes pós-cumprimento de medida socioeducativa, por meio da adesão espontânea, buscando afiançar o acesso a direitos e oportunidades de inserção social, com ações extensivas ao núcleo familiar de vinculação afetiva do(a) adolescente inserido(a) no Programa.

A exemplo do programa pós-medida, o Estado do Ceará atendeu todas as recomendações do Conselho Nacional de Justiça em relação ao atendimento socioeducativo, a saber: criação da Central de Regulação de Vagas, funcionamento do Núcleo de Atendimento Integrado e realização das audiências concentradas.

Para a Seas, o monitoramento realizado, além de validar o reordenamento do sistema socioeducativo, também registra a evolução dos indicadores. A compreensão é que, desde a primeira devolutiva, se trabalha para avançar nos direitos dos jovens em cumprimento de medidas.

Os detalhes dos avanços podem ser obtidos em relatório da Seas, disponível AQUI

Apontamentos nos monitoramentos anterioresSituação Atual
Superlotação das unidadesUnidades com atenção à capacidade máxima instalada e ocupação atual em 44%
Relatos de insuficiência de atendimento médico e em saúde coletivaParceria com a Secretaria de Saúde do Estado para disponibilização de profissionais de medicina para as unidades socioeducativas e articulação com as secretarias municipais de saúde para designação de profissionais do âmbito da Pnaisari para todas as regiões.
Relatos de crises constantesRedução a zero do número de crises graves nas unidades socioeducativas
Quadro de profissionais com vínculos fragilizados e perfis não compatíveis com o exercício da funçãoRealização de seleções públicas com aplicação de prova com conteúdo afim à política socioeducativa e aprovação de concurso público para o sistema socioeducativo do Estado do Ceará
Oferta reduzida de ações de qualificação profissionalOfertas de qualificação profissional em todas as unidades socioeducativas, com tipologias condizentes com a manifestação de interesse geral e com a demanda oriunda do mundo do trabalho
Oferta exclusiva de EJA como oportunidade de escolarização e ausência de metodologia direcionada para as internações provisóriasOferta de EJA e educação regular nas unidades socioeducativas, com turmas multiseriadas. Aplicação de projeto “RecomeCE” na internação provisória, compatível com suas especificidades
Inexistência de programa de egressosInstituição do Programa de Oportunidades e Cidadania, voltado para o atendimento e acompanhamento pós-medida
Inexistência de atividades externas com jovens em internaçãoAmpliação das oportunidades de atividades externas, extensivas à participação em eventos, visitas a equipamentos culturais, participação em atividades esportivas.
Blocos e dormitórios desativados, ausência de reformas e estrutura física aquém da ocupaçãoTodas as unidades com manutenções preventivas e corretivas em regularidade. Ocupação em acordo com a capacidade
Ausências de trabalhos sistemáticos com as famíliasExecução do projeto Abraços em Família, com periodicidade mensal e realização conjunta com adolescentes e familiares
Ausência de responsabilização de agentes públicos acusados de violação de direitosImplementação da Corregedoria na SEAS e apuração das situações apresentadas, com abertura de processos administrativos e encaminhamentos correspondentes ao resultado das apurações
Ausência de planos pedagógicosTodas as unidades com projetos político pedagógicos construídos coletivamente
Ausência de educação permanente e continuada para profissionaisInstituição do Núcleo Escola Estadual de Socioeducação, com processos de formação inicial e continuada para profissionais do sistema socioeducativo